quarta-feira, 29 de setembro de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A saudade do escravo na velha diplomacia brasileira

O filósofo F. Hegel em sua Fenomenologia do Espírito analisou detalhadamente a dialética do senhor e do escravo. O senhor se torna tanto mais senhor quanto mais o escravo internaliza em si o senhor, o que aprofunda ainda mais seu estado de escravidão. A mesma dialética identificou Paulo Freire na relação oprimido-opressor em sua clássica obra Pedagogia do Oprimido. "Com humor comentou Frei Betto: "em cada cabeça de oprimido há uma placa virtual que diz: hospedaria de opressor". Quer dizer, o oprimido hospeda em si o opressor e é exatamente isso que o faz oprimido". A libertação se realiza quando o oprimido extrojeta o opressor e ai começa então uma nova história na qual não haverá mais oprimido e opressor, mas o cidadão livre.

Escrevo isso a propósito de nossa imprensa comercial, os grandes jornais do Rio, de São Paulo e de Porto Alegre, com referência à política externa do governo Lula no seu afã de mediar junto com o governo turco um acordo pacífico com o Irã a respeito do enriquecimento de urânio para fins não militares. Ler as opiniões emitidas por estes jornais, seja em editoriais seja por seus articulistas, alguns deles, embaixadores da velha guarda, reféns do tempo da guerra-fria, na lógica de amigo-inimigo é simplesmente estarrecedor.

O Globo fala em "suicídio diplomático" (24/05) para referir apenas um título até suave. Bem que poderiam colocar como sub-cabeçalho de seus jornais: "Sucursal do Império", pois sua voz é mais eco da voz do senhor imperial do que a voz do jornalismo que objetivamente informa e honestamente opina. Outros, como o Jornal do Brasil, têm seguido uma linha de objetividade, fornecendo os dados principais para os leitores fazerem sua apreciação.

As opiniões revelam pessoas que têm saudades deste senhor imperial internalizado, de quem se comportam como súcubos. Não admitem que o Brasil de Lula ganhe relevância mundial e se transforme num ator político importante como o repetiu, há pouco, no Brasil, o Secretário Geral da ONU, Ban-Ki-moon. Querem vê-lo no lugar que lhe cabe: na periferia colonial, alinhado ao patrão imperial, qual cão amestrado e vira-lata. Posso imaginar o quanto os donos desses jornais sofrem ao ter que aceitar que o Brasil nunca poderá ser o que gostariam que fosse: um Estado-agregado como são Hawaí e Porto-Rico. Como não há jeito, a maneira então de atender à voz do senhor internalizado, é difamar, ridicularizar e desqualificar, de forma até antipatriótica, a iniciativa e a pessoa do Presidente. Este notoriamente é reconhecido, mundo afora, como excepcional interlocutor, com grande habilidade nas negociações e dotado de singular força de convencimento.

O povo brasileiro abomina a subserviência aos poderosos e aprecia, às vezes ingenuamente, os estrangeiros e os outros povos. Sente-se orgulhoso de seu Presidente. Ele é um deles, um sobrevivente da grande tribulação, que as elites, tidas por Darcy Ribeiro como das mais reacionárias do mundo, nunca o aceitaram porque pensam que seu lugar não é na Presidência mas na fábrica produzindo para elas. Mas a história quis que fosse Presidente e que comparecesse como um personagem de grande carisma, unindo em sua pessoa ternura para com os humildes e vigor com o qual sustenta suas posições.

O que estamos assistindo é a contraposição de dois paradigmas de fazer diplomacia: uma velha, imperial, intimidatória, do uso da truculência ideológica, econômica e eventualmente militar, diplomacia inimiga da paz e da vida, que nunca trouxe resultados duradouros. E outra, do século XXI, que se dá conta de que vivemos numa fase nova da história, a história coletiva dos povos que se obrigam a conviver harmoniosamente num pequeno planeta, escasso de recursos e semi-devastado. Para esta nova situação impõe-se a diplomacia do diálogo incansável, da negociação do ganha-ganha, dos acertos para além das diferenças. Lula entendeu esta fase planetária. Fez-se protagonista do novo, daquela estratégia que pode efetivamente evitar a maior praga que jamais existiu: a guerra que só destrói e mata. Agora, ou seguiremos esta nova diplomacia, ou nos entredevoraremos. Ou Hillary ou Lula.

A nossa imprensa comercial é obtusa face a essa nova emergência da história. Por isso abomina a diplomacia de Lula.


por Leonardo Boff, em Carta Maior

terça-feira, 18 de maio de 2010

Congresso Municipal da UJS 2010

Chegamos a mais um congresso. Nesse último período a UJS foi a voz da juventude iguaçuense na defesa de seus direitos e interesses da maioria do povo. Pela primeira vez apoiou um candidato a vereador dentre seus quadros militantes, conseguindo divulgar suas idéias e se tornar conhecida por toda a cidade. Foi para a rua e ajudou a organizar as mobilizações por uma Palestina livre e em solidariedade ao povo palestino quando da cruel investida sionista de Israel contra a população da Faixa de Gaza.

Contribuiu decisivamente enviando reforços pelo estado para a construção da campanha vitoriosa ao 42 Congresso da UPE (União Paranaense dos Estudantes), sediado em Foz. Teve papel de destaque nas discussões sobre o Transporte Coletivo, assumindo uma cadeira na Comissão de Estudos para a melhoria do Transporte Coletivo de Foz do Iguaçu e depois garantiu a cadeira da UPE no Conselho Municipal de Transito e Transporte. O Transporte vem sendo o principal foco de nosso trabalho, como na campanha “O Busão é Nosso!”, realizando trabalho de rua ouvindo a população através de entrevistas filmadas e mais recentemente na campanha "Com o Único, desse jeito, não dá!", em que conseguimos a flexibilização do acesso ao meio-passe.

Mas foco não é sinônimo de exclusividade. Nos posicionamos contrários ao projeto de lei que visava fechar os bares e similares após a meia-noite, deixando apenas os do circuito turístico abertos, medida segregacionista e excludente ao passo que fecham-se os pequenos dos bairros enquanto os grandes e freqüentados pela elite continuam abertos. Contribuimos de maneira efetiva com as discussões e encaminhamentos da Conferência Municipal de Educação. Mais recentemente, em sintonia com os movimentos sociais de todo o estado, trouxemos para Foz do Iguaçu o movimento dos Caça-Fantasmas, realizando um grande ato em frente à Câmara Municipal dos Vereadores, cobrando a apuração de todas as denúncias envolvendo o uso de servidores fantasmas na Assembléia Legislativa do Paraná.

E é para continuar construindo isso e muito mais que te chamamos para a luta. Participe do Congresso Municipal da UJS.

CONGRESSO MUNICIPAL DA UJS (PROGRAMAÇÃO) - CAIC do Morumbi:

22 de maio (sábado)

16h00 - Credenciamento
17h00 - Abertura
18h00 - Grupos de Discussão
20h30 - Jantar
21h30 - Atividades Culturais

23 de maio (domingo)

09h30 - Café da manhã
11h00 - Aprovação do Estatuto
12h30 - Almoço
14h00 - Plenária Final: - Aprovação de propostas, - Eleição da Direção
17h00 - Encerramento


GRUPOS DE DISCUSSÃO:

- M.E Secundarista (Kaka e Vaca)
- M.E Universitario (Andressa)
- Cultura (Moa, Dengue e Santiago)
- Comunicação (Daisy)